José Francisco Graziano, ex-ministro extraordinário de Segurança Alimentar e Combate à Fome, apontou em entrevista ao Bahia Notícias no Ar, da rádio Salvador FM, que o Brasil não pode esperar até 2023 chegar para atacar o problema da fome. O ex-ministro apontou que existem algumas medidas, tomadas durante a pandemia, que devem ser reforçadas após esse período de restrições.

“Muitas inovações precisam ser apoiadas, aplicativos que permitem que consumidores peçam comida. Muitas inovações, um condomínio faz compras conjuntas de uma cooperativa de produtores. O que precisa é um apoio dos municípios aos agricultores familiares. Neste ano eleitoral, só os municípios têm uma estrutura, não tem como esperar 2023, um novo governo. Os prefeitos podem fazer muito para acabar com a fome no Brasil. Vamos cobrar dos prefeitos, a desculpa que não tem dinheiro não vale”, apontou ao BN. 

Graziano, que atuou no gabinete de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), sendo um dos responsáveis pela implementação do Programa Fome Zero, ressaltou que a pandemia terminou oficialmente, “mas os impactos continuam”. “Nivel de desemprego, salário mínimo em valor ridículo, inflação galopante que encarece os alimentos. Mais do que nunca, os agricultores necessitam de apoio. Coisa que o governo federal não tem feito. No início da pandemia, só os produtores que têm acesso a internet, pequena minoria, puderam resistir a esse impacto”, explicou. 

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