No fim de fevereiro, o município de Feira de Santana, localizado a cerca de 100 km de Salvador, registrou o primeiro caso de coronavírus na Bahia. Menos de um mês depois, o Estado já registra 27 casos confirmados e uma recomendação: toda a população deve ficar de quarentena. Com esse cenário relâmpago, o bolso dos baianos pesou um pouco mais e exigiu planejamento financeiro para driblar as contas e conseguir adquirir o que é necessário para se proteger do Covid-19, seja através de remédios, produtos de limpeza ou comidas para estocar em casa. Mas, afinal de contas, quanto custa se prevenir do coronavírus?
Pensando nisso, a reportagem percorreu diversas redes de farmácias e listou o preço dos remédios mais procurados pela população para fortalecer o sistema imunológico e deixá-lo mais protegido contra o Covid-19. Confira abaixo.
Vitamina C – R$ 6,99 a R$ 10,90
Antitérmicos – R$ 3,00 a 29,99
Própolis – R$23,00 a 26,00
Antigripais – R$ 6,99 a R$ 16,00
Nenhum dos estabelecimentos tinham álcool em gel e máscaras de proteção para comparação de preços. Além disso, uma farmacêutica, que preferiu não se identificar, informou que a vitamina C e própolis, que são mais procurados, já estavam em falta.
Apesar da variedade de preços, vale ressaltar que algumas camadas sociais podem ser excluídas da outra parcela da população, que pode correr às farmácias para se prevenir do Covid-19.
Entretanto, a educadora financeira comportamental, Meire Cardeal, trouxe algumas soluções para que as pessoas possam fortalecer o sistema imunológico sem gastar tanto. “As pessoas que não têm condições de adquirir produtos de higiene devem focar na prevenção básica que é a higiene da lavagem de mãos e rosto, com sabão e água, e evitar sair, só se for realmente necessário. Com isso, esses métodos não oneram o custo do orçamento das famílias”.
Substituir os remédios das farmácias pelos naturais como: limão, laranja, entre outras frutas que possuem a vitamina C, também é uma das alternativas que Meire pontuou ao BNews, por ser mais econômico.
Corrida aos supermercados
Entre os métodos de prevenção para a não propagação do vírus, estão os produtos de limpeza, que servem para assepsiar objetos, e alimentos, com a possibilidade de acabar o estoque em casa e recomendação da quarentena.
Por isso, a corrida aos supermercados se tornou uma realidade de alguns baianos que estão deixando as prateleiras praticamente vazias, por causa do medo de se expor nas ruas. Como foi o caso da professora da rede pública de ensino, Hildete Clara.
“Fizemos compras maiores pra evitar estar circulando em mercado, padarias, tudo para evitar pessoas que podem estar com o vírus. Aí nós aumentamos o consumo de material de limpeza, sabão líquido, álcool etílico e o álcool em gel”, contou.
Ainda de acordo com a servidora pública, as contas do mês saltaram, aproximadamente, de R$ 1.800 para R$ 2.300.
Para a confeiteira Ingred Hayalla, a saída foi recorrer ao cartão de crédito para garantir os alimentos e não se expor a ambiente com grande aglomeração de pessoas. “Sem sair o pagamento salarial, algo que só será liberado no final do mês para o início de abril, estamos tirando das economias ou comprando em cartões de crédito”.
Além disso, a educadora financeira recomenda que essas compras sejam feitas com cautela e sem excessos para que não acabe causando a escassez e prejudique quem não pode adquirir os produtos imediatamente e em grande quantidade.
“Acho que o senso comunitário tem que prevalecer hoje, fazer as compras do mês é natural, mas a gente tem que sair do pânico de sair estocando desesperadamente, porque isso vai levar a escassez”, afirmou.
Bnews