Durante a pandemia, quando cerca de 83% das escolas enfrentaram esse obstáculo. É o que mostra a pesquisa TIC Educação 2020, do Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (cetic.br), ligado ao Comitê Gestor da Internet no Brasil.
O estudo analisou a situação e entrevistou pessoas de 3.678 escolas. A falta de aparelhos para acompanhar as aulas foi maior em escolas estaduais e municipais (95% e 93%) do que particulares (58%), mas frequente na área rural (92%) do que na urbana (83%).
Também foram listados como problemas enfrentados pelos alunos o apoio dos pais em casa (93%), o aumento de trabalho dos professores (73%), o atendimento a alunos de áreas isoladas (70%) e a dificuldade de atividades para alunos em alfabetização e primeiros anos do fundamental (69%).
Os participantes da pesquisa também apontaram como desafios o atendimento de alunos pobres, sem acesso à alimentação em casa (65%), a falta de conhecimentos dos professores para usar as tecnologias digitais (61%) e problemas para ofertar as aulas a alunos com deficiência (59%).
Tecnologia de aulas
Entre as escolas ouvidas, 87% relataram utilizar alguma forma de tecnologia para as atividades na pandemia. Esse recurso foi usado por todas as unidades particulares, por 94% das unidades da rede estadual e por 69% das escolas municipais.
Entre as medidas adotadas pelas escolas para tentar viabilizar os estudos em formato remoto estavam a distribuição de materiais pedagógicos (93%), a criação de grupos em redes sociais (91%) e a gravação e disponibilização de aulas em vídeo (79%).
Também foram empregados métodos como aulas por videoconferência (65%), parcerias com líderes comunitários para envio de materiais às famílias (62%), envio de atividades e materiais por e-mail (60%) e uso de plataformas virtuais de educação (58%).
Redes sociais de escola
As diferenças transpareceram também no uso de redes sociais. O uso de grupos de alunos, professores e escolas foi relatado por 98% na área urbana e 79% na rural, em 96% na rede particular e em 88% na municipal.
A criação de perfis foi informada em 64% das escolas, sendo em 82% na área urbana e em 29% na rural, em 93% na rede particular, em 47% na municipal, em 89% nas de grande porte (mais de mil alunos) e em 36% das com até 50 alunos.
A adoção de plataformas virtuais de aprendizagem disparou em 2020, com a pandemia. Enquanto em 2019 28% das escolas faziam uso deste recurso, no ano passado o índice subiu para 66%. Contudo, elas foram usadas por 67% das escolas do Sul e em 31% das do Norte.
O emprego de plataformas de videoconferência foi relatado por 65% das escolas, mas também com diferença. Foram 79% no Centro-Oeste e 30% no Norte; por 78% nas áreas urbanas e por 39% nas rurais, e em 88% das grandes e 43% nas pequenas.