A Polícia Civil, sob a responsabilidade do delegado da Pasta de Homicídios, Manoel Andreetta, concluiu as investigações sobre um homicídio consumado, praticado contra um senhor de idade, identificado por Arlindo Pereira, o “Arlindinho”, 61 anos de idade, que havia sido socorrido por familiares e chegado a óbito no hospital, após ser alvejado por dois disparos de arma de fogo, que lhe atingiram a cabeça, crime ocorrido na noite do mesmo dia, por volta das 21h15, no interior da residência da vítima, situada na Rua Itacaré, no Bairro Vila Feliz, neste município, onde dois indivíduos armados, haviam surpreendido a vítima depois de se aproximarem com uma motocicleta não identificada, pularem o muro da casa, e alvejarem o Arlindinho no sofá da sala, no momento em que ele assistia televisão, sem lhe proporcionar qualquer chance de defesa.

O caso foi encaminhado ao delegado Manoel Andreetta, que desenvolveu as investigações, com apoio do serviço de inteligência da Delegacia Territorial, através dos investigadores Sérgio Adriano e  Alexandre Augusto, os quais apuraram que o Arlindinho foi executado por um adolescente de 17 anos e pelo seu comparsa maior de idade, a pessoa de Mirailton Victor da Silva, o “Vitinho” de 18 anos, integrantes de um grupo de traficantes atuantes nos bairros: Vila Feliz, Caminho do Mar I, II, Nova América, Irmã Dulce (PU), Castelinho, Monte Castelo, Bela Vista, Vila Caraípe e Jardim Planalto. O crime teve como motivação o fato da vítima ter, supostamente, abusado sexualmente de sua neta por afinidade, uma adolescente de 13 anos de idade, que segundo consta, vinha sendo abusada pela vítima desde que tinha 07 anos de idade, quando a família ainda morava no município de Jaguaré/ES.

A polícia descobriu que, em Teixeira, a adolescente acabou contando sobre o abuso sofrido na escola, sendo o caso levado ao conhecimento do CRAS e da própria DEAM, quando então foram tomadas as devidas providências pelas referidas Instituições, com a participação dos seus familiares. Segundo as investigações, a adolescente passava por graves transtornos psicológicos nesse período, o que vinha tornando quase impossível um relacionamento sadio com os seus familiares, havendo informações sobre a prática de duas tentativas de suicídio, com a ingestão exagerada de remédios, assim como registros de práticas reiteradas de “autolesões”, com a utilização de lâminas de barbear, que ela usava para cortar o próprio corpo, conforme ficou constatado pela presença das marcas e cicatrizes que a mesma trazia, principalmente nas pernas e nos braços.

Com os vários traumas sofridos e diante das enormes dificuldades físicas e psicológicas pela qual a adolescente estava passando, a mesma acabou por se envolvendo com pessoas de má índole, aproximando-se  dos integrantes do grupo de traficantes atuantes na área dos bairros Caminho do Mar I e II, neste município, local onde sua família estava residindo, entre eles o adolescente de 17 anos e seu comparsa maior de idade identificado (Vitinho), que tomaram conhecimento dos abusos sexuais sofridos pela adolescente e “assumiram suas dores”, ou seja, resolveram “fazer justiça com as próprias mãos” e a se vingar prometendo matar a vítima, passando a planejar e a preparar o seu plano diabólico de ação, “plotando-a” com fotografias, passando a “escoltar” e a promover o levantamento do local dentro do bairro Vila Feliz.

Na noite do dia 14 de fevereiro de 2020, os executores terminaram o seu “serviço macabro”, surpreendendo o Arlindinho quando ele estava em seu período de repouso, relaxado no interior de sua residência, efetuando contra ela dois disparos de arma de fogo “à queima roupa”, que lhes atingiram a região da cabeça, sem lhe conceder qualquer chance de defesa, causa esta suficiente de sua morte, horas depois da prática do crime, após a vítima ser socorrida por familiares junto ao HMTF.   Segundo o delegado Manoel Andreetta, “mostra-se inaceitável por parte das instituições responsáveis pela manutenção da segurança pública e pela defesa do Estado Democrático de Direito, permitir que o cidadão comum ou grupos criminosos, assumam as funções das polícias e da justiça, dentro dos bairros que compõem o nosso município, assim como nas cidades que integram a nossa região”.

E acrescentou: Atitudes como essa devem ser combatidas com veemência, pois os atos que se propõem fazer justiça com as próprias mãos,  só faz aumentar a intolerância, o ódio e a sensação de insegurança dentro de nossa comunidade. A punição rápida e exemplar para esse tipo de conduta passa pelo resgate à confiança da população em suas instituições e pela ocupação dos espaços vazios deixados pelos maus administradores, frente aos graves problemas sociais que flagelam o nosso povo, inibindo condutas e ações que promovam uma inversão de valores e coloquem em risco a ordem pública, a segurança institucional e a vida da população em geral”, concluiu o delegado Andreetta. O inquérito policial foi devidamente concluído, relatado e encaminhado à justiça com o pedido de prisão preventiva do autor maior envolvido, assim como de internação provisória do adolescente infrator.

Liberdadenews

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