A Câmara dos Deputados decidiu hoje pela manutenção da prisão do deputado federal Daniel Silveira (PSL-RJ), preso em “flagrante delito” na última terça-feira (16) por fazer ameaças a ministros do STF e ao Estado Democrático de Direito, segundo decisão do ministro Alexandre de Moraes. Foram 364 votos a favor, 130 contra e 3 abstenções. Antes do início da sessão, o deputado mudou o tom e chegou a pedir desculpas pelo vídeo que o levou à prisão.

‘’Assisti ao vídeo 3 vezes e vi que me excedi na fala. Peço desculpas a todo o Brasil, todos os juristas renomados, que perceberam que me excedi na fala. Peço desculpas a qualquer brasileiro que tenha se ofendido, mas já me arrependi” Daniel Silveira.

PROS Acácio Favacho (AP): SIM Boca Aberta (PR): NÃO Capitão Wagner (CE): NÃO Carla Dickson (RN): NÃO Clarissa Garotinho (RJ): SIM Eros Biondini (MG): NÃO Gastão Vieira (MA): SIM Toninho Wandscheer (PR): SIM Uldurico Junior (BA): NÃO Vaidon Oliveira (CE): NÃO Weliton Prado (MG): SIM.

O deputado Uldurico Júnior que compõe base do centrão, grupo que apoia governo Bolsonaro, jogou fora toda sua história familiar pois, seu tio foi vítima da ditadura.

Nesta sexta-feira o deputado Uldurico  Júnior,  declarou apoio ao André Silveira o parlamentar preso por fazer apologia ao AI-5 e pedir fechamento do STF.

Relembre agora história de Heitor Alencar e seu avô preso pelo regime militar:

Um tiro de carabina Winchester, calibre 38. Encerra-se assim de forma trágica e prematura a carreira de Heitor Alencar Furtado, o mais jovem deputado federal da legislatura 1978/1982, eleito aos 22 anos. A bala que alvejou o coração de Heitor acertou também o coração de Paranavaí, do Paraná e do Brasil, justamente no momento em que a nação sentia as primeiras lufadas da abertura democrática após os anos de chumbo iniciados em 1964 e findados com a abertura em 15 de março de 1985, data em que toma posse primeiro presidente civil em 20 anos, José Sarney. Ele era vice do presidente Tancredo Neves, falecido dia 22 de abril daquele ano, depois do período de internação hospitalar, que começou um dia antes da posse (14 de março).

O veículo do parlamentar, alvejado na abordagem

Segundo o homem que portava a arma, o tiro que matou Heitor foi acidental. O policial civil Aparecido Andrade Branco (Branquinho) em entrevista para a TV Globo, divulgada no Jornal Nacional de 23 de outubro de 1982, disse que se aproximou do carro onde o deputado descansava com um primo e o motorista em um posto de combustível e não houve tempo para abordagem. A arma disparou, o projétil acertou a lataria do Fiat e o coração do parlamentar, morto na hora.

Deputado Heitor Furtado

Conforme levantado pela imprensa na época, Heitor se deslocava após comício em Uraí e parou para descansar em um posto entre Mandaguari e Jandaia do Sul. O vigilante do posto disse que dessconfiou daquela cena e pediu para a Polícia verificar. Momento seguinte chegou a viatura com dois homens (só Branquinho era policial) e houve o disparo.

Branquinho foi condenado a oito anos de prisão, permaneceu na cadeia até ser liberado no início da década de 1990. O destino continua seu roteiro de tragédia com capítulo final em 31 de dezembro de 1992. Branquinho foi assassinado com golpes de garrafa em um bar de sua propriedade no Conjunto Habitacional Cidade Alta, de Maringá. Como último desejo dito a amigos, queria “esquecer o passado e viver no anonimato”.

GRANDE ORADOR – Com apenas 25 anos e fama de grande tribuno, Heitor seguia os passos do pai, emedebista e opositor do regime de exceção. Com a morte de Heitor, Paranavaí perdia uma das suas maiores referências de juventude. Não sem antes atrair câmeras e microfones do Brasil, com repercussão internacional.

Momento de dor pela perda familiar

Os dias que se seguiram foram uma sequência de interrogações e homenagens. Na época coveiro e hoje administrador do Cemitério Municipal de Paranavaí, Amilcar Pereira dos Santos diz que foi um dos maiores sepultamentos que presenciou.

Enquanto se preparava para sepultar o jovem político, recorda-se Amilcar, o deputado Ulisses Guimarães discursava, acompanhado por uma plateia enlutada. Também estavam presentes o senador Leite Chaves e o presidente da Câmara da época, deputado Nelson Marchezan. A comoção foi tão grande que todos os partidos suspenderam a campanha eleitoral por dois dias no Paraná.

Prova da larga repercussão o fato de que o túmulo de Heitor Furtado foi um dos mais visitados na história do cemitério. Anos depois, os restos mortais do líder cuja histórica acabou interrompida, foram transferidos para Brasília a pedido da família. A informação da época era a dificuldade de deslocamento da mãe até Paranavaí para visitas.

O veículo do parlamentar, alvejado na abordagem

Hoje, o parlamentar vive na memória do povo de Paranavaí e tem seu nome falado centenas de vezes todos os dias. Ele dá nome à principal via de tráfego da cidade, a Avenida Heitor Alencar Furtado.

QUEM FOI – Filho de José Alencar Furtado e Miriam Cavalcanti Alencar Furtado. Advogado com bacharelado em Direito pela Associação de Ensino Universitário do Distrito Federal (UDF) em 1977. Nesse mesmo ano, seu pai teve o mandato cassado pelo presidente Ernesto Geisel. Diante disso, Heitor Furtado ingressou no Movimento Democrático Brasileiro (MDB), sendo eleito deputado federal em 1978, chegando ao posto de vice-líder da bancada.

(Com informações de TV Globo; Diário do Noroeste, Wikpédia.)

TRADIÇÃO POLÍTICA

Pai de Heitor, Alencar Furtado teve mandado cassado pelo regime militar

Nascido em Araripe (Ceará) no dia 11 de agosto de 1925, José Alencar Furtado escreveu grandes capítulos na história política do Brasil. Cassado pela ditadura em 30 de junho de 1977, quando cumpria a segunda legislatura, voltaria à Câmara Federal em 1982, ano da tragédia que vitimou o filho Heitor. O filho naquela campanha pleiteava uma vaga na Assembleia Legislativa do Paraná.

Alencar Furtado na tribuna da Câmara dos Deputados: discurso forte

Militante da chamada Esquerda Democrática, foi um dos fundadores do Partido Socialista Brasileiro, ainda no Ceará. Transferiu-se para Paranavaí, sendo advogado da Prefeitura.

Após o Golpe Militar que depôs João Goulart em 1964, ingressou no MDB e foi eleito suplente de deputado estadual em 1966 e presidente do diretório regional da legenda (1969-1970).

Eleito deputado federal em 1970 e 1974, chegou ao posto de líder de bancada, sendo parte do grupo dos chamados “autênticos” do MDB. No entanto, teve o seu mandato parlamentar cassado em 30 de junho de 1977. A cassação pegou de surpresa a classe política, como destacou na época o jornal Diário do Paraná, edição de 1º de julho daquele ano.

Em 1986 Alencar Furtado disputou o Governo do Paraná pelo PMB, em chapa com o então pedetista Jaime Lerner. Naquele pleito foi derrotado por Alvaro Dias, do PMDB.

Alencar Furtado esteve em Paranavaí na década de 1990 quando foi homenageado pela Câmara de Vereadores com o Título de Cidadão Honorário.

BOX – Contribuições dos leitores

Visando a resgatar parte da longa história de 65 anos, o Diário do Noroeste tem feito matérias semanais com personagens e eventos importantes de Paranavaí e região. Na edição de sábado, 29 de agosto, destacou parte da trajetória política paranavaiense, enfatizando o Poder Executivo.

Nesta matéria foi publicada a expressão em latim na bandeira de Paranavaí “In Fide Unitatis Laboris et Scientae Civitas Inter Primarias Quinque Brasiliae” e uma citação de que em 1960, a cidade conquistava a condição de terceiro maior centro desenvolvimentista do Paraná, atrás apenas de Curitiba e Londrina. O leitor João Carlos Antunes contribuiu em nosso site com a informação de que a Associação Brasileira dos Municípios colocou Paranavaí entre as cinco cidades com maior desenvolvimento do Brasil ainda no mandato de José Vaz de Carvalho, em 1956. Essa passagem ficou eternizada na bandeira, através da legenda que em português significa: “Na Fé na União no Trabalho e na Ciência Entre as cinco Primeiras Cidades do Brasil”.

Outra contribuição da semana, através do Facebook, foi da leitora Denise Neme Dutra. Cita que o seu pai Abílio Nagib Neme chegou a Paranavaí no ano de 1963. Foi presidente da Santa Casa por duas vezes, maçom, presidente do Harmonia Country Club por dois mandatos, cartorário (Registro Civil), vereador e fez muito por Paranavai. Também foi homenageado com o Título de Cidadão Benemérito. Um nome que merece reconhecimento público e que em breve estará em nossas páginas.

Redação/PlantãoTeixeira

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