Com sucessivos adiamentos, quantidades mudadas e desencontro de informações. A compra das vacinas foi anunciada pelo governador Rui Costa (PT) em abril, alegando “não receber vacinas suficientes do governo federal”, que já mandou mais de 10 milhões delas.
Rui anunciou a compra de 9,7 milhões de doses, mesmo sem liberação da Anvisa por falta de documentos e relatórios laboratoriais. Ele também garantiu que as vacinas começariam a chegar em abril. Depois mudou a promessa para maio, para junho, para julho e agora está indefinido.
Questionado por internautas, Rui Costa preferiu atacar o Governo Federal, a Anvisa e o presidente Jair Bolsonaro. Ele afirmou que os governadores do nordeste enviaram uma carta ao Ministério da Saúde querendo um posicionamento oficial.
A razão foi uma declaração do ministro Marcelo Queiroga, de que o Brasil não tem necessidade de comprar mais vacinas, pois já tem 600 milhões de doses garantidas, o suficiente para imunizar toda a população brasileira neste ano. “O que temos feito é buscar a antecipação de doses.”
Queixa indevida
“Parece uma sabotagem para a chegada das vacinas. O ministério está jogando contra a vacinação”, disse em seu programa oficial o governador, que já recebeu 10 milhões de doses. No outro lado da transação, o Fundo Soberano anunciou que está “estudando” se quer vender para a Bahia.
Mas a discussão é inócua, porque a Bahia tem recebido vacinas toda semana e aplica o que é possível, além de ter hoje 4 milhões de doses guardadas, sem distribuir. O estado recebeu, até esta semana, mais de 10 milhões de vacinas e aplicou cerca de 6 milhões.
Mais de 50% da população baiana com 18 anos ou mais já recebeu a primeira dose ou a dose única da Jansen. São 5.384.620 pessoas com a primeira aplicação e outras 202.885 com as duas. O púbblico adulto do estado é estimado em 11.148.781.
O fundo da questão parece ser político. O governador passou meses acusando o presidente Jair Bolsonaro de ser contra a vacinação, mas é ele quem garante a imunização, comprando as vacinas. Sem poder comprar qualquer quantidade, Rui fica impedido de alegar que “acelerou” a vacinação.
Aregião