Entrada do corpo celeste na Terra foi flagrada por moradores de Uberlândia, Patos de Minas, Nova Ponte, Santa Juliana, Pedrinópolis e Perdizes. Fragmentos podem ter atingido o solo.
De acordo com o coordenador do Observatório de Astronomia de Patos de Minas, Gilberto Dumont, estações de outros estado também registraram a entrada. A hipótese de que algum fragmento tenha chegado ao solo começou a ser estudada.
“Em Patos foi visto também, porém não ouviram o barulho, provavelmente pela distância. Alguns colegas que possuem estação de registro de meteoros também já postaram no grupo. Até uma estação em Bauru (SP) chegou a registrar, porém, bem próximo ao horizonte. Pelo brilho e pelo barulho, alguns colegas já trabalham com a hipótese que algum fragmento tenha chegado ao solo”, falou Dumont.
O coordenador do observatório também informou que profissionais do Brazilian Meteor Network (Bramon) – Rede Brasileira de Observação de Meteoros – já está juntando as imagens para calcular através da triangulação a rota e traçar a possível região da queda.
O fenômeno
De acordo com o astrônomo Pedro Las Casas, o rastro luminoso é formado pelo atrito do meteoro com o ar da atmosfera terrestre.
“Essas pedras, de tamanhos variados, entram na atmosfera com uma velocidade muito alta. Com o atrito com o ar, elas vão se aquecendo até virarem uma brasinha. Além disso, na região a frente delas, as pedras comprimem o ar e formam uma região de luminescência. Assim, nós vemos uma luz cruzando o céu.
Ainda segundo o especialista, a denominação do fenômeno depende do tamanho e do local onde a pedra está. No espaço, ela pode ser denominada de asteróide se for muito grande ou meteoróide se tiver poucos metros de diâmetro. Quando entra na atmosfera ela se transforma em meteoro, e se algum fragmento chegar ao solo é chamada de meteorito.
“As pessoas se preocupam se existe a possibilidade de uma pedra dessas cair na nossa casa, por exemplo, e causar um acidente. Existe essa possibilidade, mas a probabilidade é muito pequena”, pontuou Las Casas.
Registro queda meteoro que passou pelo Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba foi feito também por câmera de segurança da casa do fotógrafo Everton Precaro, em São Carlos (SP) — Foto: Everton Precaro/Reprodução
Outros registros
Esta não foi a primeira vez que este tipo de fenômeno foi registrado. Em maio de 2020, um brilho foi visto no céu e chamou a atenção de moradores de cidades do Alto Paranaíba. À época, o ponto de maior brilho do objeto ocorreu próximo a cidade de Tiros e o estrondo causado pelo deslocamento do ar causou tremores de portas, janelas e telhados.
Já em agosto de 2021, um fenômeno considerado como surto de meteoros foi registrado pelo observatório instalado em Patos de Minas. A atividade, que foi vista com mais intensidade nas Américas do Norte e Sul, ficou registrada em vários vídeos. Não houve registro de queda de detritos no solo e o surto foi melhor visto nas américas, principalmente, por causa do horário.