O Governo da Bahia insiste em enviar press-releases para a imprensa falando em redução de homicídios e crimes violentos, mas a realidade também insiste em desmentir as notas oficiais. Em 2021, a Bahia foi novamente a campeã nacional em assassinatos.
É o estado com mais homicídios em todo o país, segundo o levantamento publicado pelo G1. O ranking é feito com base nos dados oficiais dos 26 estados e do Distrito Federal. Na Bahia, 5.099 pessoas fora, assassinadas no ano passado, seja em homicídios dolosos, latrocínios ou lesões corporais seguidas de morte.
O detalhamento mostra que 4.931 mortes foram registradas como homicídio doloso, 122 como latrocínio e 46 como lesão corporal seguida de morte. O Monitor da Violência aponta ainda que abril foi o mês mais violento, com 532 crimes, seguido de março, om 510 assassinatos.
A Bahia, que é governada por Rui Costa (PT) desde 2014, matou 33,4% mais pessoas em 2021 que o Rio de Janeiro (3.394), mesmo com os constantes confrontos nas favelas cariocas. O terceiro lugar é de Pernambuco (3.370) e o quarto do Ceará (3.300).
Os problemas da segurança na Bahia são crônicos. Apesar de constantes anúncios de investimentos no setor, a realidade é de muitas cidades sem nenhum policial, delegacias sem pessoal, prédios em péssimo estado e viaturas paradas.
O secretário de Segurança de confiança do governador, no cargo desde o governo anterior de Jaques Wagner, Maurício Telles Barbosa, foi afastado pelo STJ depois de investigado pela Operação Faroeste. Ele prestava serviço para a quadrilha indiciada por venda de sentenças e garantia a impunidade dos envolvidos.
Segundo as investigações da PGR, Maurício fazia gravações ilegais usadas para colher informações, atrapalhar investigações e chantagear adversários políticos. A desembargadora Sandra Inês, delatora do esquema de venda de decisões, diz em uma gravação que Barbosa “faz a ‘grampologia’ toda”.
A Bahia vai na contramão do Brasil, que registrou em 2021 o menor número de mortes violentas de toda a históa. Entre o ano passado e 2020, os homicídios dolosos, os latrocínios e as lesões corporais seguidas de morte apresentaram queda de 7%, o que correspondeu a uma redução de 3 mil mortes em um ano.
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