Teixeira de Freitas: O caso da morte do pedreiro Edilson Vieira Dias está tendo grande repercussão na cidade, e toda hora uma reviravolta. Edilson foi preso acusado de ter abusado sexualmente de duas crianças de 10 e 05 anos, sendo a de 05 anos a sua enteada, filha da ex-mulher e a de 10 anos sobrinha da ex-mulher. Após ter sido conduzido para o Conjunto Penal, Edilson foi assassinado por colegas de cela.
A ex-mulher do Edilson (Iara Aparecida) soltou um vídeo nas redes sociais, dizendo que tudo não passou de invenção dela porque queria que o Edilson saísse de casa. Ela disse que incentivou as meninas a confirmarem o abuso na frente da delegada, e disse que o Edilson é uma pessoa boa, e que não faria uma coisa dessa. Porém, após o ocorrido (morte do Edilson), a mulher já veio com outra versão, dizendo que soltou um vídeo alegando a inocência do Edilson porque foi pressionada pelo advogado e pela família do Edilson.
“Eles me pressionaram, dizendo que eu tinha que fazer um vídeo inocentando o Edilson, porque se ele caísse no presídio ele pagaria 20 ou 30 anos, e ainda poderia morrer, e que se isso acontece a culpa seria totalmente minha, e que eu ficaria com esse remorso pelo resto da vida. Mas, o abuso aconteceu mesmo, eu vi, eu flagrei um dos abusos. Eu também não sabia que da forma que ele fez com as meninas era considerado estupro, para mim era estupro só se tivesse a penetração. Os exames deu negativo, mas que ele abusou, abusou sim”.
Nossa equipe de reportagem conversou também com a delegada titular da DEAM, Viviane Scofield, que falou sobre o inquérito policial, em que culminou na prisão do Edilson. Segundo a delegada, não há dúvidas que houve o abuso. “Toda a investigação foi concluída, e foi conclusiva para o abuso. Estupro não é só penetração, é sexo oral, é masturbação sem consentimento, enfim. Nós ouvimos as crianças e elas afirmaram que isso acontecia. Encaminhamos as crianças para exames no DPT e já sabíamos que seria negativo para rompimento de hímen”.
“Estupro não é só a penetração, a violência, por isso a lei contempla o chamado ato libidinoso diverso da conjunção carnal como estupro de vulnerável. O inquérito policial foi bem feito, as crianças foram ouvidas, a mãe, os irmãos. Não havia dúvida, por isso pedimos a prisão do Edilson. Agora, a DEAM não é responsável pela custódia de presos, não temo responsabilidade em custodiar presos. Pedimos a prisão, e o Ministério Público acatou, acatou porque o pedido foi bem embasado. A DEAM procura fazer um trabalho de responsabilidade, quando pedimos a prisão é porque temos todo o conjunto probatório”, explicou a delegada Viviane.
“Temos a consciência tranquila do nosso trabalho de investigação. O fato da pessoa ser mulher, vir aqui prestar um depoimento, não é suficiente para pedir a prisão. Fazemos um trabalho completo de investigação, e ainda tem a avaliação do Ministério Público e do Judiciário. São três instituições que analisam e validam a prisão”, acrescentou. “Eu não tenho dúvida, pois estava presente em todos os depoimentos, o depoimento das crianças, da mãe, dos irmãos, e estamos investigando desde janeiro esse caso. Ainda temos muitos casos em andamento, e vamos fazer outros pedidos. Nosso trabalho continua”, finalizou a delegada.
Nossa equipe de reportagem também conversou com o advogado de defesa do Edilson, e o advogado Lucas Machado, disse que quem entrou em contato com ele foi a ex-mulher do Edilson, logo após a prisão dele. “Em momento algum a defesa ou a família coagiu a ex-mulher dele a negar as acusações anteriores. Ela se arrependeu e voltou atrás, nos procurou e eu orientei que ela gravasse um vídeo, e ela o fez. O vídeo eu usei para pedir o Habeas Corpus do Edilson. Como advogado, a gente tem toda uma técnica de ouvir o cliente e montar a linha de defesa, e eu tenho convicção que ele era inocente”, disse o advogado.
A irmã do Edilson também conversou com nossa equipe, e ela disse que o Edilson nunca agrediu a ex-mulher, e sempre falava que mesmo após as acusações, ele não queria o mal dela, e pedia para ninguém tocar nela. “A gente como família respeitamos isso. Ninguém obrigou ela a falar nada. Ela ficou pedindo o contato do advogado, a gente deu o contato, e ela se comunicou com ele. Ele gostava muito dela. Eu cheguei a dizer que se ele saísse da cadeia, era capaz dele ainda voltar para ela. Eu disse a ela, por conta de nossa família, ela pode ficar tranquila, ninguém nunca vai tocar nela. E ninguém coagiu ela para dizer nada”, disse a irmã.
Por: Edvado Alves/Liberdadenews