O vereador de Itamaraju, Edson Dias, conhecido como “Som de Nova Alegria” concedeu entrevista na tarde de ontem, 19, ao radialista Benson Silva, da Terramar FM, onde relatou os momentos de pânico que viveu quando foi submetido à tortura física e psicológica durante reunião com o prefeito Marcelo Angênica, o Secretário de Administração, Léo Oss, o vereador Rogério da igreja e empresários do ramo de transporte escolar.

Segundo o parlamentar, o prefeito Marcelo Angênica queria que ele votasse favoravelmente a um projeto de Lei que autoriza o gestor a contrair um empréstimo de R$ 50 milhões e deixar a dívida para o próximo prefeito pagar. Além disso, Angênica queria que ele votasse em Rogério da igreja para presidente da Câmara cuja eleição esta marcara para início de agosto.

Em seu relato ao programa de rádio, Som relatou que recebeu uma oferta de propina no valor de R$ 150 mil para que votasse favoravelmente. O parlamentar disse ainda que “foi ofertado de R$ 100 a R$ 150 a quem votasse a favor do empréstimo de R$ 50 milhões”, conta ele.

O clima ficou tenso porque o vereador recusou a oferta. A partir daí ele passou a ser agredido e colocado sob ameaça de arma de fogo, tudo isso na presença do prefeito Marcelo Angênica e dos demais presentes na reunião. “O empresário me agrediu com um soco, e seu sócio puxou uma arma e apontou para o meu lado”, relata o vereador dizendo que não sabia se a intenção era somente intimidar ou atirar.

Apesar do clima tenso, o vereador conseguiu escapar da reunião com hematomas, após isso procurou a delegacia local e o Ministério Público exigindo providências. Após a repercussão do caso nas mídias sociais e na sessão da Câmara, o prefeito Marcelo Angênica ordenou que o projeto fosse retirado de pauta.

NOTA DO PT ESTADUAL

O assunto repercutiu também na mídia estadual, o Partido dos Trabalhadores publicou uma nota repudiando os atos de agressão contra o vereador Som de Nova Alegria. A executiva estadual do PT da Bahia lamentou o episódio e declarou estar preocupada “com a escalada da violência política durante este processo eleitoral”.

Segundo o diretório, Som também chegou a ser mantido em cárcere privado. “Os sequestradores tinham como objetivo intimidar o vereador para que ele votasse na Câmara municipal projetos de interesse do executivo local”, prossegue o comunicado.

“Queremos nos solidarizar com o companheiro Som, que tem uma atuação política que orgulha o Partido dos Trabalhadores da Bahia e ao mesmo tempo pedir às autoridades a máxima urgência na apuração dos fatos”, conclui.

Amintas de Jesus/sigaanoticia