Com 99% das urnas apuradas, está definido que Jerônimo Rodrigues (PT) e ACM Neto (União BrasiL) farão o segundo turno nas eleições da Bahia. A definição ocorreu somente no fim do apuração, com 99,08% das urnas apuradas. Com isso, depois de 28 anos, a eleição para governo do estado será definida em uma nova rodada.

Jerônimo Rodrigues (PT) e ACM Neto (União Brasil) decidirão no próximo dia 30 quem será o futuro governador da Bahia. O resultado ficou matematicamente confirmado às 22h50, de acordo com dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Com 99% das urnas apuradas, o ex-secretário de educação tinha 3.974.015 votos (49%) no primeiro turno e o ex-prefeito de Salvador, 3.294.467 votos (40%). João Roma (PL) recebeu 734.012 votos (9%) e ficou em terceiro lugar.

O resultado, com Jerônimo a frente, se mostrou diferente das pesquisas de intenção de voto divulgadas no sábado (1), véspera da eleição, que apontavam ACM Neto na liderança de intenção de voto divulgadas pelo Ipec (antigo Ibope) e Datafolha. No entanto, ambas já registravam o crescimento de Jerônimo Rodrigues.

O estado volta a ter segundo turno depois de 28 anos. A última vez foi em 1994, quando Paulo Souto (PFL) enfrentou João Durval (PMN). Após confirmação de que haverá segundo turno, a expectativa agora é pelos pronunciamentos de Jerônimo e ACM Neto.

Segundo a apuração do TSE às 23h26

João Roma (PL) tem 734.039 mil votos (9%)

Kleber Rosa (PSOL) tem 48 mil votos (0.62%%)

Giovani Damico (PCB) tem 5.924 votos (0,07%)

Marcelo Millet (PCO) tem 825votos (0,01% )

Foram registrados até o momento 496.163 (5,64%) e 235.639 (2,68%). A abstenção chegou a 2.386.347 (21,34%) de eleitores.

A Campanha

Jerônimo foi muito criticado durante a campanha por seus adversários por conta, entre outros pontos, de questões de segurança pública, em decorrência dos índices de violência no estado, e principalmente por conta da educação, pasta que comandou por conta dos Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). Durante a campanha, uma nova análise apontou melhorias no índice, mas o estado ainda segue entre os últimos do país. Já ACM Neto recebeu críticas por sua auto declaração como pardo. O assunto foi um dos temas que dominou o debate na TV Bahia, o último antes do pleito, realizado na última terça-feira.

Perfil dos candidatos

Jerônimo

Jerônimo Rodrigues é candidato pelo PT — Foto: Divulgação

Jerônimo Rodrigues Souza nasceu no povoado de Palmeirinha, na cidade de Aiquara, região sudoeste da Bahia, a 400 quilômetros de Salvador. Professor licenciado da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS), Jerônimo é casado Tatiana Velloso, engenheira agrônoma e professora da UFRB. Eles são pais de João Gabriel. Sua atuação no Governo do Estado começou em 2007, no governo Jaques Wagner, quando foi convidado para atuar como Assessor da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação da Bahia.

Em 2010, ainda no governo Wagner, passou a compor a equipe da Secretaria de Planejamento. Em 2011, foi convidado para atuar em Brasília, onde foi Secretário Executivo Adjunto do Ministério do Desenvolvimento Agrário, e outros cargos no MDA durante o governo Dilma. Em 2014, coordenou o Programa de Governo de Rui Costa, que seria eleito naquele ano.

Já no governo, foi o primeiro titular da recém criada Secretaria de Desenvolvimento Rural. Em 2018 voltou a coordenar o programa de governo de Rui Costa, e no ano seguinte assumiu a Secretaria da Educação do Estado da Bahia, de onde saiu para ser candidato ao governo.

ACM Neto

Nascido em Salvador, Antônio Carlos Magalhães Neto, mais conhecido como ACM Neto, tem 43 anos. Ele foi prefeito de Salvador por oito anos, entre 2013 e 2020. Casado com a administradora Mariana Barreto, ACM Neto é pai de Lívia e Marcela, fruto de relacionamento anterior.

Advogado formado pela Universidade Federal da Bahia, ele é neto do ex-governador da Bahia e senador Antônio Carlos Magalhães (1927-2007). Antes de ser prefeito de Salvador, foi eleito deputado federal pela primeira vez em 2002 e, depois, renovou mais duas vezes o mandato, como o parlamentar mais votado da Bahia.

Foi presidente do Democratas entre 2018 e fevereiro de 2022, quando o Tribunal Superior Eleitoral confirmou a fusão entre o partido e o PSL, autorizando a criação do União Brasil, do qual Neto é secretário-geral.

Fonte: G1