Pelo menos cinco pessoas negras foram mortas por dia em ações policiais em 2021 nos estados monitorados pela Rede de Observatórios em Segurança Pública. O relatório “Pele Alvo: a Cor que a Polícia Apaga”, foi elaborado a partir de dados das secretarias de Segurança e obtidos por meio da Lei de Acesso à Informação.

Foram 3.290 mortes em operações policiais em 2021 na Bahia, Ceará, Maranhão, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro e São Paulo. Dessas, 2.154 vítimas, ou 65% eram negras ou pardas. Mas na Bahia a situação é muito pior, chegando a 98% dos marginais mortos ao, supostamente, trocar tiros com a polícia.

Além de ser líder absoluto em homicídios gerais, com quase o dobro do segundo colocado, na Bahia uma pessoa negra é morta pela polícia a cada 24 horas e a soma chegou a 603 no último ano. O estado é o mais letal do Nordeste e apresenta o maior número de mortes de negros na região.

“A capital baiana teve 299 mortes por agentes do Estado e somente uma dessas pessoas não era negra. Dos dez bairros com os maiores índices, nove são majoritariamente negros. O que tem maior número de mortes é o do Castelo Branco, com 14. Salvador, Feira e Camaçari são os municípios em que a polícia mais mata negros”, diz o relatório.

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